sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

1.1 Início. Matemática como método de compreensão da realidade

Sempre tive uma grande paixão pela matemática, com um carinho especial pela aplicação desta à realidade do dia-a-dia. Assim a estatistica é para mim uma arma muito importante na compreensão da realidade que nos cerca.
Porque os fenómenos socio-culturais não podem ser realmente compreendidos e modificados se não forem percebidos na sua globalidade, sendo no fundo resumidos a números, sem, claro está, esquecer a sua dimensão humana. Por isso mesmo existe uma variabilidade, uma margem de erro na apreciação meramente numérica de um qualquer fenómeno sociológico.
Ora isto tem implicações bastante importantes, nomeadamente quando estamos a falar de políticas económicas ou de gestão a seguir, seja num pequeno negócio, como uma PME, ou na administração de um país. Dando o exemplo do segundo caso acontece por vezes que as classes dirigentes se agarram a casos particulares e de pouca importância para o estado de coisas do resto do país para tentarem passar uma mensagem às massas. Era como dar um Magalhães em directo na televisão a um miúdo cujos pais tivessem a electricidade de casa cortada por falta de pagamento.Penso que tal situação nunca aconteceu, mas a ideia de avaliar rigorosamente a utilização do Magalhães e para que fins não seria descabida tendo em conta os custos envolvidos no projecto.
Outra situação importante ocorre muitas vezes no jornalismo. Trata-se do sensacionalismo. O exemplo de crónicas nas quais era muito criticado o caso do dentista reformado que foi recrutado para fazer urgências no Alentejo por falta de médicos! E ainda por cima não tinha curso de suporte avançado de vida. Neste caso para além de se estender a parte ao todo, neste caso o tal serviço de urgências ao resto do SNS, ainda se cometeram erros de conhecimento da causa em questão: primeiro o senhor referido não era dentista, mas sim estomatologista,ou seja um médico especialista, e segundo a grande parte dos médicos, mesmo os que fazem urgências, não têm curso de suporte avançado de vida.
É este tipo de abordagem pouco rigorosa e ainda menos séria intelectualmente que tem de ser abolida se queremos abandonar a mediocridade em que vivemos.
Porque para mim os números são para além de uma paixão também uma ferramenta de trabalho e uma linguagem do conhecimento que nós necessitamos para evoluir, ficam aqui as ideias a que eles me levam.

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